'Big techs' perdem quase US$ 4 trilhões em valor de mercado em 1 ano
- Bernardo Cassel

- 5 de jan. de 2023
- 2 min de leitura
Setor foi afetado por inflação alta nos Estados Unidos e retorno das vendas para níveis pré-pandemia.

Facebook, Apple, Google e Microsoft — Foto: Montagem/Reuters
O grupo de "big techs" formado por Apple, Microsoft, Amazon, Meta(dona de Facebook, Instagram e WhatsApp) e Alphabet( Google) perdeu US$ 3,901 trilhões em valor de mercado nos últimos 12 meses. Isso equivale a cerca de R$ 21 trilhões, na cotação de 4 de janeiro.
Os dados são de um levantamento feito por Einar Rivero, da consultoria TradeMap, comparando os valores de mercado no último dia 4 com os de 1 ano atrás.

A queda das 'big techs' — Foto: Juan Silva
Ao mesmo tempo, bilionários da área também viram suas fortunas diminuírem. Elon Musk, que deixou de ser o homem mais rico do mundo em dezembro, tem acumulado perdas nos últimos meses: desde novembro de 2021, seu patrimônio encolheu em US$ 212 bilhões, de acordo com a agência Bloomberg.
Entre outras empresas, Musk é o dono da montadora de carros elétricos Tesla, que também patinou no mercado de ações no ano passado, e do Twitter, que se retirou da bolsa com a venda para Musk, concluída em outubro.
O que explica o ano ruim das 'big techs'?
Inflação nos EUA: menos anúncios
Para começar a entender a situação das "big techs", é preciso levar em conta as altas seguidas na taxa de juros nos últimos meses, nos Estados Unidos, para conter a inflação.
Além de impactar nas vendas, o cenário tem feito empresas diminuírem gastos com publicidade, o que afeta em cheio as gigantes da tecnologia que dependem de anúncios.
O Google, por exemplo, até teve um leve crescimento de faturamento com publicidade no 3º trimestre de 2022, mas aquele vindo de propaganda no YouTube caiu 2%. E a receita da Alphabet teve a menor alta desde 2013.
Na Meta, houve queda no faturamento com publicidade nos 2º e 3º trimestres do ano passado, em relação a 2021. E isso em um momento em que a empresa de Mark
Zuckerberg tem investido "rios" de dinheiro no chamado metaverso, ainda longe de dar resultados.
A Amazon citou a desaceleração econômica ao planejar a demissão de funcionários também no fim do ano. Na quarta-feira (4), a empresa informou que cortará mais de 18 mil empregos de sua força de trabalho. O plano de redução de pessoal é o maior entre os recentes anúncios de cortes que afetam o setor de tecnologia nos Estados Unidos e o plano mais severo da história da empresa, segundo a France Presse.


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